/Notícias

Panorama econômico no 2º trimestre de 2025: EUA, China e Brasil em perspectiva

29/07/2025 02:56

Estreando a coluna Visão do Parceiro, a cada três meses convidamos especialistas do mercado para compartilhar suas leituras sobre o cenário econômico no Brasil e no mundo. Nesta primeira edição, José Carvalho, head do Departamento Econômico e Data Science da Vinci Compass, traz uma análise clara e direta sobre os principais movimentos do segundo trimestre de 2025, com foco em Estados Unidos, China e Brasil.

Estados Unidos: Menos força na economia, mas inflação controlada

No segundo trimestre de 2025, os EUA viveram uma fase de desaceleração da economia com inflação estável. O crescimento foi afetado por tarifas de importação mais altas, o que lembrou choques de oferta do passado. O PIB caiu 0,5% no 1º tri e o consumo perdeu força. Apesar das tarifas ainda não aparecerem totalmente nos índices de preços, a inflação nos serviços e nos aluguéis cedeu, salários subiram menos e o mercado de trabalho ficou mais equilibrado. O Fed adotou postura cautelosa. Parte dos membros ainda via risco inflacionário, mas outros já notavam perda de ritmo na economia. O mercado começou a prever cortes de juros no segundo semestre, caso o mercado de trabalho enfraqueça mais.

China: Excesso de produção e risco de deflação

A China sentiu o baque das tarifas dos EUA, com impacto direto nas exportações. Em vez de estimular o consumo das famílias, o governo apostou no investimento, o que piorou o desequilíbrio entre oferta e demanda. O país ficou com capacidade produtiva ociosa, exportou esse excedente (sobretudo carros elétricos) e aumentou o risco de deflação global. A inflação ao produtor ficou negativa e o consumo interno fraco. O setor imobiliário segue em crise, sem solução clara, afetando bancos e governos locais. O crescimento ficou entre 4% e 4,5%, mas com sinais de fragilidade estrutural. A economia chinesa seguiu crescendo, mas com menor efeito sobre o resto do mundo e de forma cada vez mais artificial.

Brasil: Agro forte, ajuste fiscal e oportunidade

O Brasil teve bons resultados no 2º tri, com ajuda do agro. A safra recorde de soja impulsionou o PIB e amenizou o impacto da taxa de juros ainda alta (real em 10%). O governo ensaiou um ajuste fiscal após forte gasto em 2024. O déficit primário saiu de -2,5% do PIB para um pequeno superávit em maio. Apesar de transitório, isso ajudou a aliviar a pressão sobre o Banco Central.

A inflação caiu: a implícita para 12 meses foi de quase 8% em janeiro para cerca de 4% em junho. O IPCA deve fechar 2025 em 4,7%. A projeção do BC para 2027 já se aproxima da meta de 3%. Com isso, o mercado passou a ver chance de cortes nos juros no fim de 2025 ou começo de 2026.

Na política, a aprovação do governo caiu, e a rejeição superou 45%. Nomes da oposição ganharam força, especialmente entre eleitores de centro. Isso gerou um clima parecido com o da Argentina em 2023, e os mercados passaram a precificar a possível troca de governo. A bolsa brasileira se beneficiou de juros futuros menores, inflação sob controle e uma política fiscal mais moderada, abrindo uma janela de oportunidade para o país entre os emergentes — desde que mantenha disciplina fiscal e estabilidade institucional.

Fundação de Previdência Complementar do Estado de São Paulo

Rua Líbero Badaró, nº 377, Edifício Mercantil Finasa, 8º andar, Centro Histórico, São Paulo/SP - 01009-906

Atendimento ao participante

(11) 3150-1943/1944 (Grande SP)

0800-761-9999 (demais localidades)

segundas às sextas-feiras, das 10h às 16h

Atendimento ao patrocinador

(11) 3150-1977

segundas às sextas-feiras, das 10h às 16h

Atendimento à imprensa

comunicacao@prevcom.com.br

Atendimento presencial

Segundas às sextas-feiras, das 10h às 16h, somente na sede da fundação

Foi bom te ver por aqui, esperamos que
tenha tido uma boa experiência.
Para melhorar os nossos serviços, preparamos
algumas perguntas simples e rápidas.

Vamos lá?
;