Fran Nascimento tem MBA em Finanças pelo Insper e mais de 25 anos de experiência no mercado financeiro. Saiba mais aqui .
A diretora de Investimentos da Prevcom, Fran Nascimento, traça o panorama de como os mercados se comportaram em agosto de 2022.
O mês de agosto foi novamente bastante desafiador em termos de conjuntura macro, tanto no cenário doméstico quanto externo. O mercado local se mostrou bastante positivo por entender que o Banco Central vem sinalizando que o ciclo de alta dos juros está perto do fim e esperar que a taxa Selic encerre o ano de 2022 em torno de 14%.
Em paralelo, o recuo da inflação por 2 meses consecutivos, em julho de -0,67% e em agosto de -0,36%, também colaborou para o melhor humor do mercado. Esse recuo foi liderado principalmente pela redução do preço de combustíveis, energia e transporte, efeito causado pela desoneração do ICMS, pela queda recente nos preços internacionais do petróleo e dos cortes que a Petrobras tem feito nos preços da gasolina nas refinarias. O mercado acredita que é possível a ocorrência de mais um mês de deflação.
Outro ponto que ajudou a melhora do humor do mercado, refere-se aos recentes dados econômicos divulgados no Brasil que mostram previsões de crescimento econômico mais robusto e com viés positivo. É possível considerar um crescimento do PIB na banda entre 2,5% e 3,0% este ano.
Diante deste contexto e diferente dos meses anteriores, o Ibovespa apresentou descolamento em relação ao movimento das bolsas globais e fechou o mês de agosto com forte alta de +6,16% e 109.523 pontos, acumulando valorização de +4,48% no ano. Esse ambiente está trazendo de volta a confiança do investidor estrangeiro, o que colabora para melhor desempenho da Bolsa brasileira.
No mercado externo, os temas “inflação” e “juros” continuarão a ditar a dinâmica nos próximos meses, juntamente com outros pontos que também merecem atenção, como a crise energética na Europa que continua aguda e sem solução de curto-prazo, com risco de disparada do preço da energia e possíveis cortes do uso de eletricidade durante o pico de demanda. Na China, apesar do governo intensificar anúncios de medidas visando dar sustentação ao crescimento, ainda não se vê sinais de estabilização da economia que segue apresentando sinais latentes de fragilidade.
Oportunidade:
> Considerando que o período de eleições prescreve bastante volatilidade, continuamos sugerindo posição tática de cautela, diversificação em ativos pós-fixados e investimento em produtos com estratégias de proteção.
