Flavia Nazaré é formada em Administração, com mestrado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e pós-graduação em Economia do Setor Financeiro. Saiba mais aqui.
A diretora de Investimentos da Prevcom, Flavia Nazaré, traça o panorama de como os mercados se comportaram em maio.
Bolsa
Foco nos balanços de Petrobras, bancos, commodities e varejo ajudaram os investidores a verem os ativos com lentes cor-de-rosa. O índice Bovespa acumulou alta de + 6,16% no mês, aos 126.216 pontos e + 6,05% no acumulado do ano. O valor das ações da Vale sustentou a volatilidade que foi observada no preço da commodity minério de ferro, com uma correlação positiva forte com o Ibovespa. Com destaque para o índice de Small Caps, que subiu +6,32% no mês e +10% no ano.
Juros
O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu por unanimidade elevar a taxa básica de juros da economia para 3,50% ao ano, aumento de 0,75 pontos base, ao mesmo tempo em que o IPCA-15 acresceu 0,44% em maio, a maior alta dentro de um mês desde 2016. Em 12 meses, o índice acumula elevação de 7,27%. O mercado não para de reajustar suas projeções de inflação e juros para cima, o que refletiu diretamente na estrutura a termo de taxa de juros, principalmente, para os prazos de até três anos pela possível elevação de taxa de juros nos EUA. O CDI rendeu 0,27% em maio e 0,97% no ano, a poupança nova 0,16% no mês e 1,62% no ano.
Câmbio
O real se valorizou pelo segundo mês consecutivo, +3,17% para compra de dólares, acumulando uma desvalorização de -0,68% no ano. Ante ao euro, o real se valorizou menos, +1,56% em maio, mesmo assim acumulando uma desvalorização de -0,35% no ano. Cotação no fechamento de maio do dólar: R$ 5,2322. Cotação do euro: R$ 6,4000.
Em resumo:
O mês de maio foi marcado pela volatilidade devido aos fatos correspondentes:
- Indicadores internos de inflação vieram com alta acima do esperado pelo mercado ao mesmo tempo em que...
- O Copom aumenta a taxa básica de juros e...
- Houve o avanço da agenda de reformas, com a admissibilidade da PEC da Reforma Administrativa e...
- O governo emitiu alerta de emergência hídrica impactando diretamente as contas de energia, a inflação e a renda disponível dos brasileiros e...
- O valor das commodities continua pressionado pela demanda internacional elevada (podendo impactar positivamente a bolsa e o câmbio, mas negativamente a inflação);
- Inflação americana e sinalização do arrefecimento da injeção de capital na economia e a fala de que o Banco Central Americano “não irá aumentar os juros” ;
- A pandemia no Brasil parece não ter aliviado na velocidade que o mercado previa.
Seguiremos em junho, monitorando:
1. Comportamento da inflação nos próximos meses;
2. A velocidade em que o Copom irá subir as taxas de juros. Há expectativa de que a Selic deve ser elevada +0,75 pontos base, indo para 4,25% a.a.;
3. Preço dos combustíveis, das commodities metálicas e agora, da energia;
4. Calendário de privatizações;
5. Inflação e juros dos títulos americanos;
6. A Covid-19, calendário de vacinação no mundo e a capacidade do Brasil em vacinar;
7. O período de seca e o risco de apagão;
8. Andamento da reforma administrativa e fiscal.